10 de junho de 2014

A Extravagância do Morto por Agatha Christie

Autora: Agatha Christie 
ISBN: Não tem.
Editora: Record (Coleção Agatha Christie)
Ano: 1987
Páginas: 221

Classificação: 
Ariadne Oliver, romancista de renome, organiza como distração algo como uma "caça ao tesouro", no caso uma "caça ao assassino". Os prêmios serão entregues aos vencedores pelo detetive Hercule Poirot. O único e fundamental senão é que, quando a última pista da brincadeira leva à vítima, o corpo encontrado é um cadáver de verdade. Também publicado com o título: "Poirot e o jogo macabro"


Nossa história começa com um telefonema de Ariadne Oliver, uma brilhante romancista policial, amiga de Poirot, que foi contratada para criar um crime. Isso mesmo, ela precisa pensar em como cometer um crime. 
Mas calma, tudo não passa de uma brincadeira, uma caça ao assassino, que ocorrerá em uma festa. Ariadne é a mente que esta criando essa "caça", porém, ela tem um mau pressentimento sobre tudo isso e decide chamar seu velho amigo para tentar descobrir se existe algo de errado acontecendo ou se é apenas a fantasia de uma mente muito criativa. 

Poirot se põe à caminho para a tal festa, e aparentemente não há nada de anormal acontecendo. 

Mas será que alguém estaria aproveitando o falso assassinato para planejar e executar um de verdade? 
Bem... quando a "vítima" de mentirinha é encontrada realmente morta e a anfitriã da festa esta desaparecida, Poirot percebe que as premonições da Sra. Ariadne estavam corretas e que alguém cometeu um crime bem embaixo dos seus bigodes elegantementes engomados e aparados. Um ultraje! 

Ele fora chamado para impedir um crime e não o impediu. Então caberá a ele descobrir quem utilizou a caça ao assassino para cometer um assassinato e onde esta a sua anfitriã desaparecida. Afinal, é preciso limpar a honra desse nosso nobre detetive...


A primeira aparição de Ariadne Oliver foi no livro "O Detetive Parker Pyne". Para os fãs da autora, Ariadne é na verdade o alter ego da própria Agatha, já que as características da personagem se assemelham as da autora, como o fato de ela ser uma romancista policial e viver reclamando sobre o detetive finlandês Sven Hjerson, que ela criou para os livros dela. Seria um espelho do que Agatha Christie pensa de Poirot?

Bem, o caso é que de vez em quando ela faz uma participação especial em alguns livros da Agatha. 

Mas vamos falar do livro. 

Como na grande maioria das tramas da dama do crime, descobrir o assassino não será uma tarefa muito fácil, mas como sempre, ela nos deixa pistas (que não damos a mínima atenção ao longo da leitura e que no final percebemos que faziam toda a diferença).

A mansão em que ocorre a festa sempre pertenceu a uma família da elite inglesa - os Folliats - que acabou tendo que vender a propriedade quando o marido e os filhos da Sra. Folliat morreram um seguido do outro lutando na guerra (estamos falando da Segunda Guerra Mundial!) sobrando apenas a pobre Sra. Folliat. 

Ela virou tutora de uma jovem orfã, e quando um homem muito rico se apaixonou pela jovem, elas o convenceram a comprar a propriedade e viverem ali. Dessa forma, a Sra. Folliat passou a viver na casa do porteiro de sua antiga moradia. 

Estranho não é? Imaginem acordar todos os dias e passear pela propriedade que um dia foi sua, olhar pelas janelas da sua antiga casa e ver outras pessoas morando lá? Mas a Sra. Folliat se sujeitou a isso e aceitou a sua nova condição de vida aparentemente sem problemas. 
Porém, para os moradores locais, nada mudou. A Sra. Folliat continua sendo vista como a dona da propriedade, tanto que a frase que mais será repetida no livro é: 

"Sempre haverá Folliats na mansão Nesser". 

Bem... a casa do porteiro fica na propriedade da mansão, então, tá valendo, né? 

Gostei muito dessa trama, pois ela tem vários mistérios intrincados e foi muito bem desenvolvida. O estilo de Poirot é o que eu mais gosto, pois ele não sai por ai fazendo investigações. Na verdade, ele simplesmente senta-se com as damas, toma um chá com bolinhos e consegue juntar as peças do quebra - cabeça apenas com as conversas que vai tendo com as pessoas envolvidas no caso. Fica uma lição: é impressionante o que as pessoas revelam quando você dá abertura para elas falarem. 

Não posso falar nada sobre a diagramação, pois o meu livro é tão velho que a capa já esta faltando um pedaço e as páginas precisam ser viradas com cuidado, mas esse com certeza é um dos melhores enredos já desenvolvidos pela Agatha. 


Esse livro fez parte da maratona literária #eusoudoideira de 2014, e conforme as regras da maratona dizem, eu deveria associar uma música para este livro. 

Como eu disse na resenha de "Por que não pediram a Evans?", sempre que penso em uma música para associar a um livro da Agatha, me vem a cabeça músicas instrumentais e da década de 40/50, pois as histórias são ambientadas nesse período. 

Com isso, nós iremos conhecer mais um sucesso da época da tia Agatha, que devia embalar as casas inglesas, porém, como todo o enredo se passa no campo e tem uma festa ocorrendo, vamos balançar o esqueleto ao estilo inglês da época. 
Divirtam-se!




14 comentários

  1. Parabéns por mais livro lido da maratona . A Agatha é brilhante né :) Já ouvi tanta gente falar bem dela , mas quando eu vou pra livraria (online) eu não consigo comprar ! Sabe é tanta coisa nova , tantos lançamentos que a gente acaba deixando esses mais antiguinhos pra depois,o que é uma pena porque a gente acaba deixando ótimas histórias de lado :)

    TaComMinhocas.blogspot.com.br

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  2. Já li muitos livros da autora, mas esse não lembro de ter lido.
    Essa investigação parece ser bem interessante e quero descobrir esse mistério.

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  3. Oi Natalia,

    Estou desenvolvendo meu tcc sobre blogs literários e o seu blog foi um dos selecionados para a pesquisa. Te enviei um email com o título: Pesquisa: Blogs literários como mediadores de leitura, explicando algumas coisas, assim que poder dá uma olhadinha lá.
    Obrigada e abraços!

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  4. Oi, Natália
    A cada resenha sua, fico com mais vontade de ler os livros de Agatha Christie. Gostei muito da música que você escolheu.

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  5. Adoro os livros da Agatha e esse parece ser mais um excelente livro da autora. Adorei a idéia de um assassinato de mentira que depois acaba se tornando real. Fiquei curiosa pra descobrir tudo o que acontece.

    Bjok

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  6. Detetive bigodudo Poirot, que saudades de ler esses romances, nooossssa. Fazem mais de vinte anos que não leio Agatha. Eu nunca consegui resolver nenhum mistério sozinha, rsss. Tomar chá com as damas, sempre ele. Ninguem nunca escreveu romances policias como Agatha.

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  7. Muito bom este livro. Não li ainda, mas estou com saudades das tramas desta rainha do crime.
    Bjs, Rose.

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  8. Natália!
    Por incrível que pareça ainda não li esse livro da Rainha do Crime.
    São todos muito bons.
    Achei esse bem interessante com pistas que levam a um crime.
    Glenn Miller como trilha musical é fantástico.Twist, demais!!
    cheirinhos
    Rudy

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  9. Sou apaixonada por In The Mood <3 e agora estou procurando esse livro para ler rsrs ainda mais que a astúcia de Poirot entra em ação.
    Beijocas ^^

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  10. Não conhecia o livro, mas sei lá, acho não leria, apesar de ter um enredo bom, não me interessei! !

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  11. Adoro os livros da Agatha!! As histórias são sempre muito bem desenvolvidas. Esse ainda não li, mas fiquei morrendo de vontade de conhecer. Adorei a música, combinou muito bem com o livro.

    Beijos!!

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  12. Essa coleção da Agatha só tem esses 3 livros ou há mais algum?
    Esse já é maior que os outros e tem uma história também muito interessante...como sempre cheia de tramas e um assassino.

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  13. Um dos escritores mais completos que já existiu pra mim. Simplesmente perfeito suas histórias. Tem tudo na medida certa. Não há como não gostar. Quero ler este também.

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  14. Agatha para mim é uma rainha... nunca me decepcionei com nenhum livro dela....

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